Festival de música será realizado nos dias 11, 12 e 13 de julho com shows em palcos inéditos integrados ao acervo do museu 1r6b68
O Instituto Inhotim realiza a segunda edição do Jardim Sonoro, festival que integra música à experiência única em arte contemporânea e natureza. Após o sucesso da estreia em 2024, o evento retorna nos dias 11, 12 e 13 de julho, com curadoria centrada em uma pesquisa sobre a voz em suas dimensões musicais, políticas e poéticas. O o é gratuito para quem está no parque (mediante o pagamento do ingresso para entrar no Inhotim).
Este ano, o festival mergulha na temática da voz como instrumento polissêmico, que não se limita apenas ao seu som, mas se expande como manifesto, ativismo, fala, ritmo, instrumento, canto e expressão. A programação destaca artistas com vozes marcantes, diversas e, sobretudo, pessoas que vocalizam narrativas de nosso tempo, conectadas ao interesse da instituição de promover debates no âmbito da arte, natureza e da educação. O resultado é um território plural de sons, instigante e imersivo, que contará com Djuena Tikuna (AM), Luiza Brina (MG), Mônica Salmaso (SP), Cécile McLorin Salvant (EUA), Josyara (BA), Tetê Espíndola (MS), o grupo Ilê Aiyê (BA) e a multiartista Brisa Flow (MG).
“Nesta edição, temos um foco não exclusivo, mas muito dirigido, para a ideia do canto. Trouxemos vozes que estão presentes no campo da música e da arte e conectadas com a nossa programação do ano. Estamos falando de uma voz que não só lírica, da crônica ou da narrativa, mas de uma pesquisa em torno da voz e o dizer do canto, que pode existir de muitas maneiras”, comenta a diretora artística do Inhotim, Júlia Rebouças, que divide a curadoria com Marilia Loureiro.
Com o objetivo de aprofundar a integração entre a música e o acervo artístico e botânico do museu, o Jardim Sonoro será em dois novos espaços: o Palco Desert Park, localizado junto à obra Desert Park (2010), de Dominique Gonzalez-Foerster, em meio à vegetação exuberante do parque, próximo à Galeria Adriana Varejão, Galeria Galpão e ao Vandário; e o Palco Piscina, posicionado nas proximidades da obra Piscina (2009), de Jorge Macchi, que oferece uma atmosfera mais intimista e contemplativa, que conta, em seu entorno, com as obras de Chris Burden, Marilá Dardot e Rirkrit Tiravanija. Essas áreas, nunca antes utilizadas para shows, proporcionam uma vivência nova aos visitantes e estão diretamente ligadas ao propósito do festival, que é o de complementar a experiência da pessoa visitante com música.
“Desta vez, apresentamos palcos em áreas descentralizadas do Inhotim, para que a pessoa visitante tenha uma experiência diferente do ano ado. Os palcos Piscina e Desert Park oferecem a possibilidade de outros percursos físicos e sensíveis, que integram a curadoria musical do festival a um entorno específico de obras, arquitetura e natureza.””, complementa Júlia Rebouças.
Programação musical
Para abrir o Jardim Sonoro, na sexta-feira (11), a “voz manifesto” de Djuena Tikuna, cantora e ativista indígena, do povo Tikuna, no Alto Solimões, com uma trajetória marcada pela valorização e difusão dos cantos tradicionais de seu povo. Sua obra se conecta diretamente às questões levantadas ao longo do ano pelo Inhotim, especialmente à inauguração recente da Galeria Claudia Andujar | Maxita Yano e à exposição de Edgar Calel, anunciada para o segundo semestre. Seu show Torü Wiyaegü é um verdadeiro ritual que nos conecta ao universo cultural do povo Tikuna. O espetáculo é dividido em “Cantos da Origem”; “Worecütchiga” (canções referentes ao ritual Worecü); “Cantoria dos Bu’e” (das crianças) e, por fim, os “Cantos de Resistência”.
No sábado (12), a música começa com a vibrante Luiza Brina, cantora, compositora e arranjadora. Por ser mineira, ela traz forte conexão com o território do Inhotim e apresenta o show de seu disco “Prece”, que tem uma natureza coletiva, de muitas vozes. No palco, Luiza leva canções que são como orações em busca do sagrado. Em seguida, o público poderá ouvir Mônica Salmaso, uma das mais respeitadas intérpretes da música brasileira, pesquisadora do cancioneiro nacional, que transita com naturalidade entre diferentes estilos da música brasileira. Encerrando o dia, a premiada cantora norte-americana Cécile McLorin Salvant, considerada “uma voz única sustentada por inteligência e musicalidade plena”, representa uma cena contemporânea e experimental do jazz e apresentará um show minimalista de voz e piano.
O domingo (13) abre com a baiana Josyara, cantora, compositora, instrumentista e produtora musical, que traz em suas composições um olhar sensível sobre seu cotidiano, construindo uma voz potente e singular dentro da nova geração da música brasileira. Além da banda, Josyara sobe ao palco com seu violão percussivo, a base e o diferencial tanto das canções autorais, como das releituras de outras compositoras rearranjadas e interpretadas por ela. Em seguida, sobe ao palco Tetê Espíndola, figura já consagrada e que mantém uma pesquisa sobre a música do cerrado, cuja sonoridade transita entre a arte e a natureza. A apresentação do grupo Ilê Aiyê, o primeiro bloco afro do Brasil, marca um momento de celebração da força, da ancestralidade e da luta das vozes negras, com seu repertório de afirmação política e cultural. No palco, elementos da ancestralidade africana, guardados pelos Terreiros de Candomblé, sustentam a dança afro do Ilê, fundamentada no Ijexá. Para fechar o festival, a multiartista indígena Brisa Flow. Seu mais recente álbum, Janequeo, fala de amor, coragem e autonomia. No Jardim Sonoro, ela apresenta uma discotecagem contemporânea, experimental e pensada para o Inhotim.
Sobre o Jardim Sonoro
Jardim Sonoro é um festival que celebra a fusão entre a arte, a natureza e a música. É realizado desde 2024 e propõe oferecer às pessoas visitantes novas camadas de experiência pelos espaços do museu. Por não ser um festival de um gênero específico, responde a muitas linguagens musicais e, a cada ano, busca singularidades que enriquecem a experiência da instituição. O projeto reafirma o Inhotim como um espaço de encontro, criação e experimentação e se conecta, em suas edições, ao propósito do programa artístico da Instituição no ano.
“A nossa ideia é que este festival se conecte ao Inhotim de modo radical. Isso acontece, em um primeiro momento, com o line-up de vozes em meio à arte e à natureza, mas também há um desejo de que ele reverbere os debates atuais, a pesquisa curatorial, o programa de educação e os diálogos que estamos promovendo ao longo do ano. Em 2025, temos falado, enquanto instituição, de território, de povos originários e da reinvenção de nossas relações com a natureza. As vozes do festival também ressoam esses caminhos e a urgência desses temas”, finaliza Júlia.
O Festival Jardim Sonoro tem a Vale como Mantenedora Master, Parceria Estratégica da Cemig, Patrocínio Master da Shell, Patrocínio Prata da B3 e Patrocínio Bronze do Banco Mercantil por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais e da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Jardim Sonoro – Festival de Música Inhotim (2ª edição)
Datas: 11, 12 e 13 de julho de 2025
o gratuito para quem estiver no Inhotim (mediante pagamento de entrada no Parque).
Programação Musical
Sexta-feira, 11 de julho
15h – Djuena Tikuna
Sábado, 12 de julho
11h – Luiza Brina
13h – Mônica Salmaso
15h – Cécile McLorin Salvant
Domingo, 13 de julho
11h – Josyara
13h – Tetê Espíndola
15h – Ilê Aiyê
16h – Brisa Flow
SOBRE OS ARTISTAS
BRISA FLOW
Brisa Flow é artista indígena multifacetada: cantora, produtora musical, performer, MC e arte-educadora. Filha de artesãos araucanos, desenvolve seu trabalho a partir de vivências corporais e territoriais, conectando o hip hop com práticas ancestrais e saberes originários. Sua trajetória se consolidou em palcos como MASP, Itaú Cultural, SESC e festivais como Lollapalooza, FIG e Burning Man. Em sua música, mistura rap, jazz, eletrônico e neo-soul com cantos indígenas e poesia crítica. Brisa também é ativista cultural e defensora da música indígena contemporânea, tratando temas como amor, autonomia, epistemicídio e aquilombamento urbano. Sua obra mais recente é o álbum Janequeo (2022), inspirado em uma guerreira Mapuche, com participações nacionais e internacionais. O disco mistura rap com vertentes eletrônicas e foi apresentado em importantes palcos como Casa Natura Musical e Virada Cultural. A artista segue lançando clipes e participando de projetos voltados à resistência originária nas artes.
CÉCILE MCLORIN SALVANT
Cécile McLorin Salvant é compositora, cantora e artista visual. Desenvolveu uma paixão por contar histórias e por encontrar conexões entre o vaudeville, o blues, as tradições folclóricas de diversas partes do mundo, o teatro, o jazz e a música barroca. Salvant é uma curadora eclética, desenterrando canções raramente gravadas, esquecidas, com narrativas fortes, dinâmicas de poder interessantes, reviravoltas inesperadas e humor. Venceu a competição Thelonious Monk em 2010. Recebeu o Grammy de Melhor Álbum Vocal de Jazz por três álbuns consecutivos: The Window, Dreams and Daggers e For One To Love. Ela lançou seu álbum de estreia pelo selo Nonesuch Records, Ghost Song, em 2022; o álbum recebeu duas indicações ao Grammy. Mélusine, um álbum cantado majoritariamente em francês, além de faixas em occitano, inglês e crioulo haitiano, foi lançado em 2023 e também recebeu duas indicações ao Grammy.
DJUENA TIKUNA
Djuena Tikuna é cantora e ativista do povo Tikuna, do Alto Solimões, Amazonas. Sua trajetória artística é marcada pela valorização e difusão dos cantos tradicionais de seu povo, integrando saberes ancestrais com a música contemporânea. Em 2017, lançou Tchautchiüãne (“minha aldeia”), seu primeiro álbum solo, tornando-se a primeira mulher indígena a protagonizar um espetáculo no Teatro Amazonas em mais de 120 anos de história. O disco foi indicado ao Indigenous Music Awards, no Canadá, projetando sua arte internacionalmente. Djuena realizou turnês pela Europa e América do Norte. Além de apresentações em Dubai durante a COP 28. Em 2018, idealizou a Mostra de Música Indígena – WIYAE, iniciativa pioneira que valoriza a produção musical indígena no Brasil. Em 2022, lançou Torü Wiyaegü, obra multimídia que inclui álbum, livro e documentário sobre os cantos”Tikuna.
ILÊ AIYÊ
O Ilê Aiyê é o primeiro bloco afro da Bahia, fundado em 1º de novembro de 1974, no bairro do Curuzu, Liberdade — região com a maior população negra do país. Nasce com o objetivo de preservar, valorizar e expandir a cultura afro-brasileira, promovendo o fortalecimento da identidade étnica e a autoestima do povo negro. Desde sua fundação, o Ilê homenageia países africanos e revoltas negras brasileiras, apropriando-se da história africana para reconstruir a trajetória do negro no Brasil. Na década de 1970, o bloco revolucionou o Carnaval baiano ao introduzir novos ritmos oriundos das tradições africanas. Hoje, com mais de 3 mil associados, é considerado patrimônio cultural da Bahia e símbolo da reafricanização do Carnaval. Sua agem pelo circuito é considerada um espetáculo rítmico, musical e plástico, aplaudido pelo público. Assistir ao Ilê no Carnaval é tido como essencial, comparável a visitar um Terreiro de Candomblé. O Ilê articula seu trabalho político-educacional por meio da dança, linguagem e gestualidade, transmitindo a ancestralidade africana e sua conexão com a realidade negra baiana. O bloco também retoma e adapta movimentos de renascimento negro-africano e afro-americano, fortalecendo a identificação entre povos negros do mundo inteiro.
JOSYARA
Josyara, cantora, compositora, instrumentista e produtora musical de Juazeiro (BA), traz em suas composições um olhar sensível sobre seu cotidiano, embalado por um violão percussivo e potente. Em 2018, lançou seu 1º disco, Mansa Fúria, pelo edital Natura Musical, sendo um dos mais elogiados do ano e rendendo indicações ao APCA e Prêmio Multishow. Em 2020, lançou Estreite com Giovani Cidreira (Joia Moderna). Em 2022, saiu seu 2º disco solo, ÀdeusdarÁ (Deck), e em 2024 lançou o EP Mandiga Multiplicação, interpretando músicas do Timbalada. Josyara já tocou nos principais festivais do país, como Coala, Rec Beat, SIM-SP, Primavera Sound, Bananada, Dosol, MADA e BR-165. Em 2019, venceu o prêmio WME como Revelação em 2018 e o de melhor instrumentista em 2024. Em 2025, acaba de lançar o single Ensacado, com participação especial de Pitty. Os singles Corredeiras e Sobre Nós e o disco AVIA.
LUIZA BRINA
Luiza Brina é cantora, compositora, arranjadora, produtora musical e multi-instrumentista, considerada um dos principais nomes da nova música brasileira. Há mais de uma década, iniciou a criação de suas “canções-orações”, um percurso artístico singular que consolidou sua posição na cena contemporânea. Em 2024, lançou Prece (dobra discos/Natura Musical), com participações de Silvana Estrada, LvRod, Iara Rennó, Maurício Tizumba, Sérgio Pererê e Rainha Isabel Casimira. O álbum, elogiado pela Folha de S.Paulo, NPR (Tiny Desk) e listado entre os melhores do ano pela APCA, é considerado o mais importante de sua carreira. Com turnês no Brasil e na Europa, seus discos também foram lançados no Japão pelo selo Impartmaint Inc. Como compositora, Brina acumula parcerias com nomes como Ronaldo Bastos, Ceumar, Thiago Amud, Teago Oliveira e Julia Branco.
MÔNICA SALMASO
Mônica Salmaso iniciou sua carreira em 1989, na peça “O Concílio do Amor”. Em 1995, lançou o disco “Afro-Sambas” com Paulo Bellinati, interpretando a obra de Baden Powell e Vinícius de Moraes. Dois anos depois, foi indicada ao Prêmio Sharp como revelação em MPB. Com os álbuns “Trampolim” (1998) e “Voadeira” (1999), ganhou reconhecimento, incluindo um prêmio APCA. Em 2004 lançou “IAIÁ”, seguido por “Noites de Gala”, “Samba na Rua” (2007), dedicado a Chico Buarque. Atuou como solista com orquestras como OSESP e OSB, e participou de um CD da OSESP sob regência de John Neschling. O álbum “Alma Lírica Brasileira” (2011), com Teco Cardoso e Nelson Ayres, rendeu-lhe o Prêmio da Música Brasileira como Melhor Cantora. Em 2014, “Corpo de Baile”, com Guinga e Paulo César Pinheiro, venceu duas categorias do mesmo prêmio. Caipira (2017) foi novamente aclamado e premiado. Em 2019, lançou um CD gravado no Japão com Guinga e, mais recentemente, “Canto Sedutor” (com Dori Caymmi) e “Milton” (com André Mehmari). Entre 2022 e 2023, participou da turnê “Que Tal Um Samba”, com Chico Buarque. Atualmente está em turnê com seu novo show solo, “Minha Casa”.
TETÊ ESPÍNDOLA
Ao longo de seus 45 anos de carreira com mais de 20 discos gravados, a cantora, compositora e instrumentista sul-grossense Tetê Espíndola tem o seu trabalho voltado para a experimentação e recriação do universo ecológico brasileiro. Foi aclamada com o Prêmio Revelação da A/ 1982, pelo disco “Pássaros na Garganta”, marcando presença da vanguarda paulista. Participou de dois importantes festivais brasileiros, MPB Shell 1981/ Londrina e venceu o Festival dos Festivais /1985, com “Escrito nas Estrelas”, que em 2023 voltou a ocupar o primeiro lugar entre as músicas mais ouvidas no Brasil. Ganhou o prêmio Fundação Vitae para desenvolver trabalho de composição musical sobre os pássaros brasileiros, que resultou no LP “Ouvir” (1991).
INHOTIM – INFORMAÇÕES GERAIS
HORÁRIOS DE VISITAÇÃO
De quarta a sexta-feira, das 9h30 às 16h30, e aos sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30.
Nos meses de janeiro e julho, o Inhotim funciona também às terças.
ENTRADA
Inteira: R$ 60,00 | Meia-entrada*: R$ 30,00.
*Veja as regras de meia-entrada no site: www.inhotim.org.br/visite/ingressos/
ENTRADA GRATUITA
Inhotim Gratuito: e o guia especial sobre a gratuidade no Inhotim.
Moradores e moradoras de Brumadinho cadastrados no programa Nosso Inhotim; Amigos do Inhotim; crianças de 0 a 5 anos; patronos, patrocinadores e instituições parceiras do Inhotim não pagam entrada;
Quarta Gratuita Inhotim: todas as quartas-feiras são gratuitas;
Domingo Gratuito: dia 13 de abril e o último domingo do mês é gratuito;
LOCALIZAÇÃO
O Inhotim está localizado no município de Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte (aproximadamente 1h15 de viagem). o pelo km 500 da BR-381 – sentido BH/SP. Também é possível chegar ao Inhotim pela BR-040 (aproximadamente 1h30 de viagem). o pela BR-040 – sentido BH/Rio, na entrada para o Retiro do Chalé.
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