Zezé Motta comemora seu aniversário com espetáculo “Vou Fazer de Mim um Mundo” – 21/06 a 14/07 343xe

A peça, que circula pelo país, é uma adaptação do livro de Maya Angelou, a primeira mulher negra a ser roteirista e diretora em Hollywood, e fica em cartaz no CCBB BH de 21 de junho até 14 de julho 6i3q1

Zezé Motta percorreu uma trajetória inspiradora em suas quase seis décadas de carreira. Gravou discos, fez mais de 100 personagens na TV e no cinema. Já esteve nos mais importantes palcos do mundo, apresentou-se no Carnegie Hall de Nova York, no Olympia de Paris e na Venezuela, México, Chile, Argentina, Angola e Portugal. É uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado (MNU), denunciando corajosamente casos de racismo. 

Em comemoração à trajetória de uma das artistas mais aclamadas do país e que inspira gerações de mulheres negras na luta por espaço, expressão e oportunidades, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) traz para seu palco de Belo Horizonte, depois de uma temporada com lotação esgotada em todas as apresentações do CCBB Brasília, o primeiro monólogo da carreira de Zezé Motta: “Vou Fazer de Mim um Mundo”. A montagem estreia no dia 21 de junho e fica em cartaz até 14 de julho, no Teatro I do CCBB BH, de sábado a segunda, sempre às 20h. Os ingressos serão vendidos a R$30 (inteira) e R$15 (meia-entrada), a partir de 11/06 (quarta), no site ccbb.com.br/bh e na bilheteria do CCBB BH. Todas as sessões contarão com ibilidade em Libras e haverá bate-papo após o espetáculo no dia 5 de julho.

O espetáculo é uma adaptação para teatro do livro da Dra. Maya Angelou, o best-seller “Eu sei porque o pássaro canta na gaiola”, lançado em 1969 e que agora chega ao Brasil com dramaturgia e direção de Elissandro de Aquino. 

A história, que se tornou um clássico, é a primeira das sete autobiografias que a autora publicou. Em ‘Pássaro’, Maya apresenta um tocante retrato da comunidade negra dos Estados Unidos durante a segregação dos anos 1930-1940. Nele, parece haver um grito silencioso desse pássaro aprisionado que a Dra. Maya Angelou vivenciou e que a tornou ainda mais forte. Como ela mesma cita: “O pássaro engaiolado canta com um trinado amedrontado sobre coisas desconhecidas, mas ainda desejadas…”. Angelou foi múltipla: poetisa, escritora, professora, roteirista, cantora, tradutora, atriz, militante, conviveu com Malcolm X, com James Baldwin, com o pastor Martin Luther King Jr. e se tornou um dos nomes mais reverenciados do século 20. 

A peça valoriza a palavra oral, a palavra bem pronunciada a nos salvar de toda a loucura, tensão e extremismo da contemporaneidade. O cenário intimista, criado pelo artista plástico Claudio Partes, traz uma plantação de algodão, nuvens e um livro, de onde brotam as palavras poeticamente e impetuosamente recitadas por Zezé. A iluminação de Aurélio de Simoni, profissional que dispensa apresentações, cria uma atmosfera, pinçando memórias e afetos antigos. O figurino é de Margo Margot e apresenta Zezé com uma paleta amarela, contextualizada ao fim da peça, mas, também, alusão direta a Oxum, seu orixá.

A adaptação e a direção de Aquino abrem possibilidades para evocar a palavra, por vezes cadenciada como uma coreografia, por vezes como uma música, com notas espontâneas e improvisadas. Sempre, contudo, bendita. “Partimos para um projeto bastante intimista, corajoso e potente. A ideia é cruzar duas realidades – a princípio tão distantes – e encontrar um elo entre as experiências humanas que nos atravessam como se não houvesse fronteiras. O projeto se abre em camadas, alternando micro e macro, o que o torna interessante e, ao mesmo tempo, desafiador. Sabemos que ele toca feridas diferentes, pois ora apresenta congruências coletivas, ora invade a nossa casa e expõe as dores mais veladas”, alerta o diretor artístico. 

Em cena, dois músicos, Mila Moura e Pedro Leal David, multiplicarão o palco tocando arranjos exclusivos forjados no blues e suas variações. A trilha, porém, não se limita à atmosfera dos anos 30/40 do Sul dos Estados Unidos. Ao contrário, ela se mescla e abrange um campo nacional ao trazer nossos contemporâneos Dorival Caymmi, Luiz Melodia, Luiz Gonzaga, Milton Nascimento, Johnny Alf, Dona Clementina e Seu Jorge.

Segundo Pedro Leal David, que assina a direção musical, “é a confluência de dois rios: Maya Angelou e Zezé Motta. Com suas carreiras atravessadas pela música é natural que se buscasse, em antigas gravações, pistas para esse processo de criação. As musicalidades de Maya e Zezé nos dão notícias distintas sobre como os ritmos, sons, tons da diáspora africana foram abrindo caminho ao longo do século XX, tanto nos Estados Unidos, como no Brasil. Nossa proposta foi deixar esses rios se encontrarem, trazendo o blues pro violão de nylon, como quem levasse Baden Powell para um eio nas margens do Mississipi, ou como quem imaginasse os Tincoãs, numa manhã de domingo, com suas vozes e atabaques, num culto em uma igreja da Louisiana. A Zezé tropicalista (ouça ‘Prazer Zezé’, de 1972!) e a Maya do ‘Calypso’ nos dão a ousadia para esse experimento.”

Zezé, em “Vou Fazer de Mim um Mundo”, se aventura corajosamente num universo pouco habitual dessa atriz-cantora solar. Nesse espetáculo mais lunar, veremos uma Zezé introspectiva, política, denunciadora das mazelas sofridas por nossos anteados e, sim, dolorida. Zezé pertence àquela categoria de atrizes que sentem profundamente cada palavra, que, quando ditas, estranhamente vão abrindo chagas ou cicatrizando feridas. Sabiamente o texto finaliza com alegria. Não uma alegria exaltada, do riso, mas uma alegria por ter ao que agradecer, por honrar os ancestrais, uma alegria por aprender com as gerações que é preciso continuar a trajetória sendo a mudança.

Depois de dez anos, ter o retorno de Zezé Motta ao teatro estrelando “Vou Fazer de Mim um Mundo”, seu primeiro monólogo, é uma forma de celebrar seu octogésimo ano com um acontecimento único e histórico. 

Ficha Técnica

Do original “Eu sei porque o pássaro canta na gaiola”, de Maya Angelou

Com Zezé Motta

Dramaturgia e Direção: Elissandro de Aquino

Direção Musical: Pedro Leal David

Direção de Produção: Clara Bastos

Produção Zezé Motta: Vinicius Belo

Músicos: Mila Moura e Pedro Leal David

Stand in: Mila Moura

Cenografia: Claudio Partes

Figurino: Margo Margot

Iluminação: Aurélio de Simoni 

Preparadora Corporal: Cátia Costa

Preparadora Vocal: Dafinne Santiago

Design, Comunicação e Artes Gráficas: Partes Estúdio

Fotos Divulgação: Wagner Loiola

Cabelo e Maquiagem: André Florindo

Assessoria de Imprensa: Luz Comunicação

Montagem: Pablo Rodrigues

Operador de Som: Max Paulo

Operador de Luz: Daniel Bollara

Costureira: Maria de Fatima Monteiro

Gestão de Projeto: Cris Moreira

Gestão financeira: Graziane Gonçalves

Consultoria Jurídica: Alessandra Ulrich

Produção: Viramundo

Assessoria de imprensa em BH: Luz Comunicação – Jozane Faleiro 

Circuito Liberdade    

O CCBB BH é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do o da população às atividades propostas.

Vou Fazer de Mim um Mundo

Temporada: De 21 de junho até 14 de julho de 2025 – Sábado, domingo e segunda, às 20h

Local: Teatro I do CCBB Belo Horizonte – Praça da Liberdade, 450 – Funcionários, Belo Horizonte – MG     

Classificação indicativa: 16 anos 

Duração: 60 minutos

Ingressos: R$30 (inteira) e R$15 (meia-entrada), disponíveis a partir de 11/06 (quarta), no site ccbb.com.br/bh e na bilheteria do CCBB BH.

Todas as sessões contarão com Libras (ibilidade) 

Bate-papo após o espetáculo: Dia 05 de julho (Sábado)

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